domingo, 10 de abril de 2011
Variações sobre o nada
Qual grãos de areia que escorrem
Da ampulheta mudos e que vão passando
E, velozes, se acumulam em camadas,
São as carnes que morrem, de uma nuvem...
Pela mão que revira a ampulheta
Se retorna o movimento da areia
E se faz o prateado tácito da nuvem
Ao primeiro, breve e claro sinal da aurora..
A mão que, na sombra, a ampulheta gira
E, a areia, que em grãos escorre
Silenciosa, é a única coisa que então se ouve
E, sendo ouvida, na treva não se envolve.
Giuseppi Ungaretti
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